Lembro-me de estar ao pé de ti e fazer o jogo que habitualmente costumo fazer … olhava para ti como uma espectadora e ouvia-te. Falavas num dialeto próprio e eu ouvia atentamente cada som que pronunciavas, falavas de pássaros e de nuvens.
No momento seguinte fazias uma coisa, davas-me beijos, mas eu não sabia o que eram, porque eles eram diferentes, só depois soube que eram mesmo beijos, os teus, únicos. É que, eu não percebia o que me estava a acontecer porque primeiro fazias-me estremecer e depois pousavas os teus lábios em mim e eu abria a minha boca para te receber e te tocar, quer dizer, eu pensava que nos tocávamos sem nos tocarmos, já nem sei, chegavas à minha alma e à minha pele e eu não conseguia absorver isso em simultâneo, era incontrolável. Sei que me apetecia imenso ter-te, e não aguentava tanta vontade de ti. Queria despir-te e tu não deixavas, depois era como se me invadisse um soluço aqui dentro e me faltasse o ar e me fizesses chorar de tanto prazer…