Estás encurralado, estou pacientemente à espera que te libertem.
Não consegues sair dessa prisão que se tornou o pacto realizado há uns anos atrás.
São muitas vivências em comum e uma estabilidade que neste momento é de ouro, uma falsa estabilidade.
Do outro lado encontra-se alguém que está disposta a aceitar tudo, só para te ter fisicamente presente, mais umas recordações, mais uma partilha de compromisso. Nunca te há-de ter de alma e coração pleno, ainda assim tem-te refém.
Pelo meu lado sei que há coisas que estão acima de nós e que embora esta ausência física seja uma tortura, sei que nem tu nem eu poderemos inverter este gostar que nos ampara.
Pode ser que um dia alguém tenha a sensatez de ver com clareza que as pessoas e a vida não se prendem, nem sequer à força, antes nos penetram na sua imensa natureza, aí, então, seremos livres para nos termos. Até lá, teremos esse carrasco.